quarta-feira, julho 17, 2019

Efémeros instantes depois de mais um olhar de amor para trás, os dois corpos recuam e abraçam-se uma vez mais. Ele segura a cabeça dela por entre as mãos e num gesto carinhoso, liberta-lhe as duas traças independentes como um navio que solta todas as suas velas, quando se lança ao mar, toma-lhe os lábios com um beijo repleto de estilhaços de amor de reminiscências de um passado, cujo tempo não se esgota, perdura ao longo do infinito, Ela interrompe-o e num tom quase imperceptível deixar soar, "nós é que estamos de passagem" e num abraço extremoso diz-lhe que é ele que tem o entendimento que ilumina os corredores da sua alma e assim ficam num esplendor cintilante.
 
17 Julho 2019

domingo, julho 07, 2019

Direi em poucas palavras o que foi chegar até aqui. Trémulo e inesperado como um arrepio que nos consola do rés do chão ao topo do que somos, como duas tranças independentes, que adornam a alma, essa corrente submarina que vive silenciosa dentro de nós.
Há formas de viver, nas quais a meta nunca se descreve no horizonte, por existir um desafio cujo propósito se encerra, somente com a chegada da morte, essa entrada na insónia da vida, onde a finitude acaba e o maravilhoso espetáculo da vida, nos eleva aos seus bastidores.
Aqui reinam novas cores de um profundo estado de paz, do qual nenhum Homem, negociaria abandonar.

23 Junho 2019
O forâneo prazer de sentir o vagaroso passar do tempo, leva à alegria do vivido que nenhuma imagem consegue arrecadar.
Como é bom o tempo que passa.
Olho uma vez mais e uma vez mais decorre um sublime momento que escorre até despenhar-se da alma, que procura sobreviver a tanta felicidade. Os olhos são varandas nos locais por onde viajamos, onde comodamente o parapeito oferece o delírio das cores que nos assalta aos pinotes de um postal vivo e em constante mutação, de onde se conclui que nenhuma palavra é completa, para classificar os assombros da vida.

1 Julho 2019

sábado, abril 06, 2019

Um Homem apaixonado nunca caí, porque no derramamento do vinho do amor e na iridescência do nosso olhar, as soluções alinham-se como astros, forças divinas impossíveis de encontrar na compreensão humana, mas ainda assim tão presente como todas as coisas invisíveis, que habitam dentro de um corpo que busca o cheiro de uma rosa viva ou outro agente supremo do coração que reúne a competência de deslumbrar a alma, esse casarão fascinante entre ramadas, com salas enormes, ornamentadas de coisas que vamos herdando da vida e também do que a antecedeu, esse momento que se assemelha ao nascimento do dia, pela luz que projeta no olhar espelhado de uma progenitora. O silêncio tem a suprema capacidade de dizer tudo o que nenhuma palavra conseguirá alguma vez refletir e porventura por essa razão, um choro de felicidade não contem os acordes de soluços.

6 Abril 2019

terça-feira, março 26, 2019

Lá em baixo, o Rio parece viver toda a vida num só momento, expurgado das angustias dos Homens.
Sereno e viçoso como uma papoila que se espreguiça ao vento, constante como um deus que desconhece a duvida que provem da hesitação. De tanta gente que por ele navegam, nunca houve quem lhe encontra-se a perturbação de uma ruga, já os montes ao longe, sempre altivos e observadores, sem rugas seriam uma planície silenciosa. Não menos interessante ao olhar de quem não é por tempo, mas pelo amor que tem para dar a um Filho numa taça de alegria figurada num abraço, que contem toda a extensão do mundo, no prazer do momento.

19 Março 2019

sábado, janeiro 26, 2019

A justiça no seu longo cortejo de castigos, continua a exercer a sua musculada vontade em espremer como roupa lavada, para lhe retirar a água, o velho sonho da igualdade. Enquanto a lua no seu estado crescente côncavo, se passeia no quotidiano dos Homens, olhando-nos com pálpebras simpáticas e curiosas, esgotando-nos os olhos e assim nos privando de admirar o universo.
 
10 Janeiro 2019
A escuridão, exibe uma silhueta musculada e cintilante, de feroz carnalidade, que transforma as noites num veículo de sedução, que não nos custam a passar. Já os dias são tantas vezes um longo espectro de perdição, quando o intervalo entre aquilo que nos desafia, se atrasa a chegar, cansando o olhar no perfeito alinhamento da linha férrea, naquilo que parece ser o seu fim, no qual descreve uma curva ao alapar tudo o que está por chegar, deixando-nos sequiosos por o tempo não ...esperar por nós. É aí que o córtex cerebral, ao processar a informação, como que aleatoriamente opta por antecipar a reação, entramos num jogo, que não podemos jogar, onde desconhecemos as regras, nunca o iremos ganhar, por o enredo da humanidade encerrar mistérios de sorte e azar. Mas é no arrepio que nos suspende a fala, com um palpitar quase imperceptível que nos sentimos vivos como se estivéssemos um arnês, mesmo quando não estamos presos a nada, até que um novo limite nos pare.
 
13 Janeiro 2019
A perícia de saber escutar na ausência da imagem viva diante da janela da alma, consiste em atingir as partes mais sensíveis da tonalidade da voz, que revela a nossa ambição na busca da verdade. A desafetada contração dos lábios condiciona a missão do ar, retirando-lhe a musicalidade das nossas intenções. É o orgânico a infligir o emocional, pela não concordância das partes que atuam, sob o comando da nossa artificialidade.
 
17 Janeiro 2019
Uma vasta luz cor de sangue, dilui as sombras, expondo o seu caráter, numa ascensão que visa abraçar os dedos do azul que nos envolve e nos faz sonhar, com os longos anos que nos esperarão de felicidade, de mão na testa inclinados para trás, saboreando o vento, que provoca o balançar dos nossos cabelos. E durante este tempo, que deveria durar tanto como a eternidade, pressente-se que esta viagem está a chegar ao fim, ao ver chegar as pálidas luzes do apeadeiro da liberdade dos movimentos de um corpo que reconquista a sua completude.
 
18 Janeiro 2019
Deixarão saudades, estes despertares embebidos de uma singular beleza matutina e ainda assim nunca reclamando a si aplausos humanos. Por mais que os olhos levem consigo imagens memórias do que nos encanta, não é certo que consigamos noutras latitudes, recriar tudo com as qualidades que o coração ou a imaginação, possam possuir e assim pô-las como na sua posição inicial.
 
23 Janeiro 2019

domingo, janeiro 13, 2019

O Advento vem chegando para semear a fraternidade e a paz, num exercício que não apela ao arrependimento forçado, mas sim à autocritica que conduz a um melhor reconhecimento do que fomos e do que queremos ser e tudo se passa como se nos interrogássemos de onde vem esta manhã que nos acolhe a cada recomeço, onde os Homens sonham poder mexer nos astros e os colocar no lugar certo, como tantas vezes fazemos quando arrumamos a nossa alcova. O que move a humanidade, são as paixões, que exacerbadas ou não, mereceriam o estatuto de preservadas, como algumas espécies animais em risco de extinção.
 
30 Novembro 2018
Sempre lépidas as gaivotas a entreter tudo o que está preso ao seu lugar, paralelas e vigilantes no fado dos Homens, onde as paixões provocam excesso de concentração, como no tejadilho de uma viatura, onde a carga foi toda colocada num único lado. Ainda as gaivotas que parecem estar alojadas num interior do vento, fazem entender que uma ação fica sempre incompleta, onde se torna difícil compreender a distância que decorre entre o exterior e o interior de um organismo, ao ser tantas vezes diferente o que fazemos do que pensamos.
Estamos pois, perante a beleza de tudo o que os Deuses nos deram e as escolhas que acreditamos favorecerem o nosso futuro.
 
15 Dezembro 2018
A invenção mais extraordinária do Homem foi o beijo. Seguiu-se a ciência e com esta a humanidade tomou consciência das suas vulnerabilidades, as ilusões foram ganhando espaço no ímpeto criador dos Homens e os sonhos começaram a dominar a perseverança das civilizações. À porta do Sec. XXI, foi possível controlar a fome, a doença e a guerra, sendo possível hoje para muitos de nós, desafiar a longevidade, fazendo com que a Terra, seja cada vez mais um astro onde há lugar para todos. E é para todos que desejo um Natal extremoso e que 2019, vos traga saúde de mão dada com alegria, algo que deixa qualquer aura com substantivos maravilhosos.
 
19 Dezembro 2018
O horizonte arde como um forno de porta aberta, assiste-nos senti-lo langoroso, como um corpo consumido depois de percorrer a extensão de uma montanha. Porém, são esses momentos que nos dão a satisfação de apreciar, que amamos tudo o precisamos.
 
27 Dezembro 2018
A justiça no seu longo cortejo de castigos, continua a exercer a sua musculada vontade em espremer como roupa lavada, para lhe retirar a água, o velho sonho da igualdade. Enquanto a lua no seu estado crescente côncavo, se passeia no quotidiano dos Homens, olhando-nos com pálpebras simpáticas e curiosas, esgotando-nos os olhos e assim nos privando de admirar o universo.
 
10 Janeiro 2019
A escuridão, exibe uma silhueta musculada e cintilante, de feroz carnalidade, que transforma as noites num veículo de sedução, que não nos custam a passar. Já os dias são tantas vezes um longo espectro de perdição, quando o intervalo entre aquilo que nos desafia, se atrasa a chegar, cansando o nosso olhar no perfeito alinhamento da linha férrea, naquilo que parece ser o seu fim, no qual descreve uma curva ao alapar tudo o que está por chegar, deixando-nos sequiosos por o tempo não esperar por nós. É aí que o córtex cerebral, ao processar a informação, como que aleatoriamente opta por antecipar a reação, entramos num jogo, que não podemos jogar, onde desconhecemos as regras, nunca o iremos ganhar, por o enredo da humanidade encerrar mistérios de sorte e azar. Mas é no arrepio que nos suspende a fala, com um palpitar quase imperceptível que nos sentimos vivos como se estivéssemos um arnês, mesmo quando não estamos presos a nada, até que um novo limite nos pare.
 
13 Janeiro 2019

domingo, dezembro 16, 2018

Sempre lépidas as gaivotas a entreter tudo o que está preso ao seu lugar, paralelas e vigilantes no fado dos Homens, onde as paixões provocam excesso de concentração, como no tejadilho de uma viatura, onde a carga foi toda colocada num único lado. Ainda as gaivotas que parecem estar alojadas num interior do vento, fazem entender que uma ação fica sempre incompleta, onde se torna difícil compreender a distância que decorre entre o exterior e o interior de um organismo, ao ser tantas vezes diferente o que fazemos do que pensamos.
Estamos pois, perante a beleza de tudo o que os Deuses nos deram e as escolhas que acreditamos favorecerem o nosso futuro.
 
15 Dezembro 2018